quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Legalizar o aborto

Prender mulheres é a solução?

33 mulheres foram presas em 2014 acusadas de crime de aborto
Matéria do Estado de S. Paulo aponta que no Brasil, em 2014, 33 mulheres foram presas acusadas de aborto.
A maior parte delas foi denunciada pelo próprio médico.
O jornal apresenta em contraponto às prisões o cálculo estimado de que no Brasil ocorra cerca de um milhão de abortos por ano.
Sob essa perspectiva o número de 33 mulheres parece muito pouco. Mas se trata exatamente do contrário.
O Rio de Janeiro tem 15 presas, São Paulo, 12, e Minas Gerais uma. As outras presas estão no Paraná, três; Distrito Federal, duas. Acre, Maranhão, Rondônia, Tocantins e Roraima não informaram o número de denúncias à reportagem.
A matéria do jornal o Estado de S. Paulo conta a história de mulheres que foram denunciadas por quem tinha por obrigação oferecer atendimento e segurança. Em São Paulo, pelo menos sete das 12 presas foram denunciadas por médicos. Uma das entrevistadas conta que passou três dias algemada na maca do hospital.
É a quebra de confiança e um desrespeito ao direito de sigilo médico paciente.
“A defensora pública Juliana Belloque defende duas mulheres que foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e estão com júri marcado para 2015 em São Paulo. Ambas foram entregues após o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Juliana critica a quebra do sigilo. ‘Essa falta de confiança entre paciente e médico só aprofunda o risco das mulheres. Elas acabam com medo de procurar o SUS e serem presas porque o médico pode denunciá-las’”, afirma.
O risco é maior, mas mesmo assim as mulheres continuam abortando. O que mostra que para nada serve a legislação que proíbe o aborto a não ser colocar a mulher em uma situação de completo abandono, isolamento e clandestinidade. Porque sendo o aborto proibido ou não elas continuam decidindo pela interrupção da gestação como uma maneira de ter algum controle sobre sua própria vida, e seu destino. É por isso que em muitos países o movimento que defende a legalização do aborto é conhecido como pro-escolha (pro-choice).
É preciso lembrar que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz e uma gravidez indesejada pode acontecer com qualquer mulher.
33 mulheres presas por aborto e um sem número de mulheres mortas são o resultado de uma legislação anacrônica e reacionária.
Elas foram enquadradas no artigo 124 do Código Penal, que é de 1940 e criminaliza o aborto. Se condenadas essas mulheres podem ser penalizadas com um a três anos de detenção.
Mas é assim que se resolve a questão do aborto? Colocando mulheres na cadeia? Imagina-se criar milhares de penitenciárias apenas para punir mulheres que todos os dias decidem por qualquer razão que determinado momento da sua vida não é o momento de ser mãe; qual o crime então? Negar a maternidade. Esse é o pecado cometido pelas mulheres que decidem interromper uma gestação.
E no país que deveria ser laico, mas que o Estado é orientado por motivações religiosas o aborto continua sendo crime, não porque seja crime em si, mas porque a Igreja considera que seja pecado.
Negar à mulher o direito de decidir sobre o melhor momento para ser mãe é o verdadeiro crime. É uma tortura. A maternidade deveria ser um gesto de amor, de vontade e não uma imposição moral, religiosa, imposta através da força do estado.
Defender o direito ao aborto é defender a autonomia das mulheres, sua liberdade. Nesse sentido o movimento de mulheres luta pela liberdade de todas as mulheres e o fim de todos os processos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

depois de muiiiiiito tempo eu volto aqui.
porque a vida insiste em pregar peças.
2014 foi um ano foda. foda para o mal, e não para o bem.
se em 2013 eu tive notícias que me abalaram para sempre, como um diagnóstico de uma doença que jamais imaginei ter, 2014 me abalou ainda mais profundamente essa notícia e os efeitos da tal doença;
2014 matou muitas pessoas, bolaños, garcia marques, manuel de barros.... e um pedacinho de mim tb.

agora estou diante de uma decisão definitiva para minha vida. e ao mesmo tempo em que parece óbvio o que devo fazer, por outro surge uma vontadezinha, uma curiosidade, por fazer diferente.

mas continuo me achando incapaz emocional, física e psicologicamente de levar adiante a segunda opção. sem contar os planos, que eu sequer sei se poderão ser levados adiante, mas que de qualquer modo me impedem de fazer uma opção diferente da que me parece mais racional...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ontem quando fui dormir essa musica parecia fazer muito sentido. e dar sentido....
http://www.youtube.com/watch?v=cfjgtO2ZmC4

mas hoje apesar do sol que limpou o céu com cara de chuva o dia está escuro.

quis registrar a música, para não se perder na lembrança.